mercado imobiliário

Subida dos preços das casas vai chegar às periferias

Os centros das cidades e os bairros históricos atingiram valores no imobiliários nunca antes vistos mas, agora, é nas periferias que está o maior potencial de valorização.

Responsáveis imobiliários ouvidos pelo Jornal de Negócios (acesso condicionado) são unânimes: os preços nos bairros históricos e centros da cidades “já subiram o que tinham a subir”. A Remax antecipa maior crescimento das zonas limítrofes para 2019, mas não é a única. Também o CEO da Century 21 Portugal e o presidente da APEMIP (Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal) concordam com o cenário de maior valorização fora dos centros urbanos.

Já o administrador da ERA Portugal não prevê grandes alterações ao conjunto do país. Paulo Morgado antevê um “ano em que os preços do imobiliário permanecerão estáveis”.

Ainda em dezembro, o Banco de Portugal dava conta de um “ligeiro abrandamento” dos preços do mercado imobiliário residencial, que ainda assim mantêm uma trajetória de subida há cinco anos.

No terceiro trimestre de 2018, o preço dos imóveis registou uma desaceleração, pelo segundo trimestre consecutivo, tendo subido, em média, 8,5%, quando no trimestre anterior este aumento tinha chegado aos 11%.

Fonte: ECO online

Reabilitação urbana, uma “nova fase” para o setor da construção

O setor da construção está a dar sinais de retoma, depois de ter estado mergulhado numa enorme crise. E a reabilitação urbana é encarada agora com uma “inevitabilidade”. Para Fernando Oliveira da Silva, presidente do Instituto da Construção e do Imobiliário (InCI), recuperar edifícios antigos não é “a solução” que vem salvar a construção, mas não pode ser deixada para segundo plano.

“Este setor tem de ouvir, auscultar a procura, para ir afunilando a sua oferta”, disse o responsável, durante a conferência “Observatório: O Imobiliário em Portugal”, organizada pelo Jornal de Negócios – realizou-se dia 16 de Setembro.  

Segundo a publicação, também Manuel Reis Campos, presidente da Associação de Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), marcou presença no evento: “Não tenho dúvidas que a reabilitação urbana assume uma nova fase para o setor”, referiu.

O responsável considerou que Portugal deve continuar a apostar na captação de investimento estrangeiro, nomeadamente através dos vistos gold: “O país deve continuar com este programa. Este investimento deve ser acarinhado”.

Já Manuel Salgado, vereador da Câmara Municipal de Lisboa com o pelouro do urbanismo – também esteve presente na conferência –, confirma que a mudança de paradigma, da construção nova para a reabilitação urbana, começou a ser visível na capital a partir de 2011: “O investimento passa a ser principalmente na reabilitação urbana”.

Também o homólogo do Porto, Manuel Correia Fernandes, admitiu que existem “sinais de retoma” na Invicta. É um passo importante para ir colocando fim ao problema da “obsolescência do parque construído” no centro da cidade, disse, citado pelo diário.

Fonte: Idealista

Mercado imobiliário - outra vida

Em 2014, os preços das casas sobem pela primeira vez desde a entrada da troika em Portugal. O mercado imobiliário ganha dinamismo e a reabilitação entra em cena. A recuperação está aí?

O apartamento erguia-se sobre a Avenida de Roma. O chão de madeira corrido, os azulejos antigos, e as memórias daquele lugar faziam-lhe lembrar a infância. Ana, de 55 anos, tinha nascido naquela zona de Lisboa, mas mudara-se há cinco anos e meio para Macau, onde era assessora do turismo da região.

Não pensava para já em regressar, mas como muitos outros investidores – portugueses e, sobretudo, estrangeiros – decidiu que esta era a altura certa para comprar casa em Lisboa. “As casas baixaram bastante de preço em relação a quando vivia [em Portugal], e esta zona antigamente era demasiado cara para o meu orçamento”, contou ao Observador. “Por outro lado, pensei que seria mais rentável aplicar o dinheiro que tinha em imobiliário do que nos juros praticamente nulos dos bancos.”

Nos primeiros três meses de 2015, as transações de alojamentos já subiram mais 38,3% do que no mesmo período de 2014. E, no ano passado, pela primeira vez desde a entrada da troika em Portugal, os preços das casas entraram em ascensão. Os responsáveis?Reabilitação urbanavistos Gold, regime dos residentes não-habituais e turismo residencial de curto prazo. Com o virar do ano, a tendência intensificou-se e, como Ana, chegaram muitos mais investidores.

“Vamos arrendar a casa e, se voltarmos para Portugal, iremos para lá viver. Gostaríamos de a arrendar na modalidade de curto prazo, mas como estamos longe é difícil, por isso optámos pelo arrendamento clássico”, afirmou Ana, que decidiu encarregar-se das obras do apartamento na Avenida de Roma.

Chegou o momento da reabilitação urbana: “As pessoas estão a voltar às cidades”

Se 2014 ficou marcado pela recuperação dos preços das casas, tendo os imóveis no final do ano ficado – pela primeira vez em três anos – mais caros do que no inicio, em 2015 o mercado imobiliário ganhou um novo dinamismo. Entre janeiro e março, o total de imóveis transacionados registou a maior variação desde 2010 e 78,4% correspondeu a casas usadas. As vendas deste tipo de imóveis já cresceu 46,7% desde o final de 2014, revelou o INE. Já as transações de imóveis novos aumentaram 14,6% no mesmo período.

Para Carlos Vasconcellos, antigo líder executivo da PT Comunicações e atual presidente e fundador da Quantico – uma empresa líder de mercado em investimentos na área da reabilitação urbana em Portugal – é mesmo a recuperação de casas antigas nos centros históricos de Lisboa e Porto que está na base do novo impulso do mercado imobiliário.

“O espaço para novas construções é muito reduzido e, nas zonas históricas, está a haver um retorno. Se antigamente as pessoas iam para os subúrbios, agora estão a voltar às cidades. Os centros urbanos estão mais inteligentes em termos de transportes públicos, em termos de energia e agora as pessoas vêm de fora das cidades para os centros históricos para irem ao ginásio, para ver um concerto. E a única forma de vir efetivamente para o centro é reabilitando-o. Isto já se faz sentir em Lisboa e também começa agora a notar-se muito no Porto. Há um novo modo de vida diferente que está a puxar pela reabilitação”, explica o fundador da Quantico ao Observador.

No primeiro trimestre de 2015, na Área Metropolitana de Lisboa e nos Açores, o número de pedidos para obras de reabilitação cresceu respetivamente 30,4% e 43,2%, desde o mesmo trimestre do ano passado, refere o INE.

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